Elon Musk menospreza os concorrentes, porém a realidade é que a Tesla está atrás.

O confronto pela liderança na direção autônoma recebeu um novo impulso depois que Elon Musk fez comentários provocativos no antigo Twitter, conhecido como X. O empresário afirmou que a Waymo nunca competiu em igualdade com a Tesla, o que gerou debates acalorados e opiniões divididas entre os especialistas do setor.

No entanto, na prática, a concorrente acumula conquistas concretas: opera serviços comerciais completamente sem motorista em cidades nos EUA, enquanto a Tesla ainda precisa de motoristas de segurança nos testes de robotáxis.

Dessa forma, as duas empresas seguem filosofias diferentes e prioridades opostas em relação à autonomia.

A disparidade se torna ainda mais evidente quando examinamos os números. O cientista-chefe do Google DeepMind, Jeff Dean, ressaltou que a Waymo já ultrapassou a marca de 100 milhões de milhas autônomas com passageiros, o que reforça a vantagem técnica da empresa pertencente à Alphabet e aumenta a pressão sobre as declarações de Musk.

Segurança em números e transparência

O debate ganhou força após Jeff Dean destacar o marco atingido com passageiros. Em resposta, Elon Musk menosprezou o desempenho da Waymo e expressou confiança na Tesla. No entanto, a ampliação da frota autônoma da concorrente contrasta com a necessidade contínua de supervisão humana pela Tesla.

A Waymo divulgou melhorias significativas em segurança, relatando evitar colisões com ferimentos graves em 91% dos casos, em comparação com motoristas humanos. Esses resultados são provenientes de operações comerciais sem motorista em São Francisco, Phoenix e Austin, o que respalda a expansão do serviço.

Relatórios e lacunas da Tesla

A Tesla ainda não forneceu dados detalhados e comparáveis aos da Waymo. Em vez disso, seus relatórios usam a ativação dos airbags como indicativo de um acidente, métrica que tem sido criticada pela falta de contexto. Por isso, especialistas levantam dúvidas sobre o desempenho real de segurança do sistema da Tesla.

Promessas, prazos e realidade operacional

Musk prometeu liderar a autonomia total e previu a presença de 1 milhão de robotáxis até o final de 2020. No entanto, o prazo passou e a empresa ainda não colocou nenhum veículo totalmente sem supervisão em operação.

Enquanto isso, a promessa do CEO de remover os motoristas de segurança da frota da empresa em apenas três semanas ainda gera ceticismo.

Por outro lado, a Waymo investe em testes rigorosos e publica relatórios extensos com cenários reais, o que aumenta a confiabilidade de suas operações. Já a Tesla aposta em um sistema mais econômico para expansão futura quando alcançar a direção sem supervisão. No entanto, faltam evidências de curto prazo que sustentem essa transição.

O que esperar dessa ‘briga’

A competição pela direção autônoma continua intensa, com a Waymo liderando em termos de quilômetros percorridos de forma autônoma e demonstrações de segurança. Por outro lado, a Tesla defende a escalabilidade futura, baseada em custos mais baixos.

Dessa forma, o mercado observa uma disputa entre resultados comprovados e promessas de eficiência.

Enquanto isso, a postura confiante de Musk se choca com a realidade operacional registrada até o momento. Enquanto a Waymo avança com serviços sem motorista e dados sólidos, a Tesla ainda precisa alcançar a autonomia sem supervisão. O desfecho dependerá de resultados verificáveis em vias públicas.

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